quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

E que se fosse a ultima no primeiro de cada mês e como desgosto oposto em sua voz.
Sorri, ludibria não a ponto de entontecer.


Do violão ao violino
Perdoa esse improviso.
Jardim botânico, te quero em pura carne.
Sinto as gotas e em sua face mal lavada me vejo.
E que mesmo com toda lama me leve para passear entre tuas curvas.


Os olhos ardem sem cansaço, e como samba me proteja

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Para tudo que se há, pode ter algum jeito de voltar.
Para tudo que se tem, há de certa forma desdém.
Para tudo que se vê, não é preciso estar lá para crê
Para tudo que se ama, algum dia se derrama.
Para tudo que se almeja, pode ter companhia de uma boa cerveja.
(...)
Para tudo que se é, é e ponto.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Te trago e por te trazer-prazer- te jogo fora.
Te trago e esfumaço, piso e deixo no asfalto.
Te trago e levo, te sugo, te pego.

Carnabalismo

O movimento do copo sendo levado
até a boca tua.
A gota que fica entre o lábio superior e seu irmão*,
o mesmo que faz você fechar e ficar muda.

Seus dedos ajeitando o óculos com ternura
e os olhos de um brilho irradiante
através apenas da lentes escuras,
pois no céu faz sol.

O colorido das buchechas as quais
se movimentam e enrugam
com um sorriso seu.

E por entre ele, estão os dentes
da arcada mais linda que eu já vi.
Que morde as extremidades do dedos
quando há algum motivo que ainda está por vir.

*lábio inferior

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

furo de tecido.

E que no pensamento fosse só o tormento daquele pequeno grande detalhe, como um pequeno furo feito pela agulha. O corte feito em um segundo, durou uma vida inteira...Era como uma fresta na porta da frente...Via tudo de longe, mas apesar disso a dor consumia, incomodava e fazia querer pensar no lado oposto das controversias, dos sentidos inventados por algo humano, muito parecido com a dor, mas o nome eu não achei ainda.
O sorriso sem precisão, sem certeza de encantamento...Afogou todas as lágrimas na toalha limpíssima e borrou com maquiagem.
E toda esperança que restava, foi varrida como poeira para debaixo do tapete imundo.

segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Por mais que não faça sentido.

Das lembranças; dos prazeres não oferecidos que roubei da minha mente ao recordar do passado e com segurança poder silênciar o que parecia uma vertigem. Um sussurro tranquilo que podia desprezar aquilo que percebi mas não pudera ser, estranhei por um momento e tive vontade de repetir; o cuidado me impediu.
Aquele momento me pareceu familiar mas com uma força que eu nunca tivera conhecido daquela forma, senti avançar a ultima claridade que restava do dia e desviei o olhar, me senti observada por uma espécie de solidão e calei o silêncio com o som das cores que eu não podia ver no escuro.

quarta-feira, 14 de outubro de 2009

O que nunca se esquece

Sentou-se na sombra; embora nunca tivesse sentido dor, percebeu que a noite passada despertou algo sem nome, ao qual suportávelmente sentia crescendo às cegas e transformando-se em ansiedade.
Não conseguia compreender o por quê da falta de atenção ao tentar ler o livro que tanto se interessava; quando começava a olhar as linhas traçadas, seus pensamentos peregrinavam para o sorriso que não conseguia esquecer desde que havia visto-o ontem pela primeira vez, ofuscando tudo e qualquer figura ao redor.
Agora parecia angustiada, algo em torno de si, fazia-a se sentir diferente, dava impressão de poder e grandeza mas ao mesmo tempo se sentia incapaz e pequena demais. Tentava fingir segurança, fingia não ter medo daquela dor, não que pudesse chamar de dor real, pois não sabia o que realmente era.
Com o passar dos dias, aquele assustador vazio-cheio não ia embora.
Foi aí que em um dia numa tarde qualquer, ao ligar o rádio e ouvir musica lembrando do tal sorriso, percebera que na verdade o nome para aquilo era "paixão", era a primeira de sua vida e ultima. Sorriu com lágrimas nos olhos, pois sabia que aquele tal sorriso nunca iria poder ser seu. Depois da descoberta ela nunca mais foi a mesma, se tornou fria e calculista, a cada passo que dava e a cada sorriso encontrado no caminho tratava com desprezo banal.
Não queria sofrer de novo daquele jeito, acabou assim perdendo todo e qualquer sonho que um dia tivera.

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Mas que seja...

Se quer deixar de lado que deixe nas lembranças, é tudo perpétuo. Não esqueça que de qualquer maneira, não se pode mexer no que foi feito.
Não esquece de deixar as chaves em cima da cabeceira, passarei pra pegar quando você não estiver em casa, não quero olhar pra sua cara novamente e lembrar do seu olhar, de quando eu te vi aquele dia em pleno arpoador, com o brilho nos olhos ao falar da vida e em como era feliz.
Não quero lembrar do dia em que fomos ao cinema e depois sentamos num caffé pra tomar vários capuccinos ao som de jazz no leblon, como se estivéssemos em paris e não existisse hora pra voltarmos pra casa.
Não quero lembrar do dia em que em pleno dia da semana, ao abrir a porta de casa, me deparei com um buque de flores e o cartão com as palavras mais lindas que eu podia ter lido. E ao descer na portaria lá estava você com o sorriso que me fazia sorrir. E me falou em loucura, e em um piscar de olhos lá estava eu em um barco no meio do oceano, só com você e mais nada. Me senti a pessoa mais feliz do mundo.
Não quero lembrar do dia em que decidimos que seriamos apenas um, ali foi o maior erro de todos e o consumo de toda a nossa energia que restava. Perdemos o que cada um tinha e juntamos tudo, nos transformando cada vez mais em um só alguém. Os mesmos desejos, mesmas duvidas e as mesmas perguntas não respondidas. As duvidas só cresciam, geravam confusão, tornou-se rotina, minha privacidade foi embora.
Comecei a pareceber cada defeito, o ronco que emitia dormindo, a sua mania de deixar a televisão ligada até de madrugada, a sua mania de organização, o jeito como segurava a faca para cortar o bife (que tinha que ser a milanesa pra você), o seu sorriso encantador foi desaparecendo, o amparo de saber que só eu era sua foi sumindo, não suportava mais sua impaciência e as loucuras se tornaram raras, não existia mais emoção.
Eu quero que fique na minha lembrança, a sua cara de mau-humor, seu jeito de reclamar quando algo não agradava, seu ciumes doentio, seu silêncio quando eu queria conversar, sua habilidade de estragar as minhas surpresas, o jeito de como não gostava dos meus amigos, quero ficar com essas coisas na lembrança, pra não sentir saudades de alguém que me fez a pessoa mais feliz do mundo.

domingo, 27 de setembro de 2009

"Aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para baixo para ajudá-lo a levantar-se."
Gabriel Garcia Marquez

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Deixa que deixo

Eu não consigo entender!
Deixa que deixo e você não deixa pra trás.
Mas não é isso que quero, mesmo que não veja, eu sei.
Aliás, pode não parecer, mas eu realmente sei.
E mesmo que pareça ser outra coisa, é apenas o sinal de que cada coisa muda, assim como tudo continua o mesmo o tempo todo.
Faz de conta que não me vê e pra mim não fará diferença.
E se o olhar cruzar, foi coincidência; aliás, você é um nada!

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Achei na minha gaveta.

Eu queria fechar os olhos e num estalo, esquecer das coisas que falei.
Não é por engano, mas por me sentir fraca perto das palavras que eu não queria ter escutado.
E na minha cabeça, é como uma mesma batida que não pára de tocar; lembro da sua expressão e do abraço que queria ter sentido.
Talvez seja idealização demais por parte da minha cabeça, não vejo erros nem defeitos, mas sei que no fundo, não é perfeição.
E se eu quisesse esquecer e jogar tudo pro alto, será que valeria à pena ser clichê até esse ponto?
Você não entende e está longe de compreender o que as minha metáforas querem esboçar...

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Mudanças.

Não é preciso escrever sua história numa folha em branco. Quando se começa um texto onde já foram colocadas algumas palavras anteriormente, pode haver dificuldade em começar uma nova história; as letras podem confundir seus pensamentos, talvez você não consiga botar um ponto final e começar algo novo.
Ainda mais quando é tudo feito à caneta, a borracha não pode apagar; tudo bem, existe o liquid paper mas por mais que possa esconder o que foi escrito, aquele borrão mal feito sempre vai continuar ali.
O que eu quis dizer é que por mais que exista seu passado e você queira apagar; tudo o que você fez, vai continuar ali, cada detalhe por menor que seja.
Mas não é por isso que você deve continuar no mesmo rumo, se quiser, ainda dá tempo de mudar. De trocar de assunto e personagens, assim começar um novo parágrafo em sua vida.
Garanto, a mudança deve começar de dentro, porque isso refletirá pra fora.
E tudo passa, assim como as páginas de um livro podem ser viradas!



Ainda dá tempo.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

Incredulo, apenas se ver pelo olhar, não me faz acreditar nessa brincadeira sem graça.
Não tampe meus olhos com essa fenda, sem frechas. Eu quero ver, com a mente mais aberta o possível, o mundo.
Não tente me enganar usando como desculpa o medo, medo é apenas simbolismo e eu sei disso muito bem.
Me deixe mergulhar nesse oceano, consigo ficar sem respirar por alguns minutos, depois do susto, prometo que voltarei a superficie.
Deixe de ridicularizar o que não sabe muito bem, prefiro que cale-se.
Ria mais, não apenas de piadas sarcásticas mas também das crianças brincando na ladeira, rolando, rolando, rolando....ah, é felicidade sim.
E se preciso provar alguma coisa a você, finjo que esqueço, viro de costas e vou embora.
Fascinio por você, só se for na dimensão e tempo contrário.

domingo, 19 de julho de 2009

Eu tive um sonho ruim.

Quais são as cores do seu agrado e por que você não entende as coisas mais simples?
Será que pensa em mim como não penso em você?
Tenho medo de confiar no que diz, seus olhos parecem verdadeiros mas não vejo as palavras soltas como deveriam ser.
Penso em te ligar, mas me arrependo e boto o telefone de novo gancho. Quero que saiba que não é tudo aquilo que sonhei, mas me completa não por inteiro...É claro.
Seus braços, gestos, frases nada clichês, talvez não sejam tão previsíveis como parecem...mas não presto atenção nas verdadeiras palavras que diz. Na hora que fala, tento me concentrar no que não posso ver, e através de outros fico sabendo que nada que pensa, é loucura de verdade. É tudo pose. Tudo.
Quando acordo, você insiste em aparecer na minha cabeça, tento dormir de novo mas você não vai embora tão rápido assim. E imagino como seria se você realmente estivesse lá. Talvez seja só a idealização de ter você...Talvez não passe apenas de solidão.
Ás vezes te odeio, tudo o que eu quero é que não me deixa em paz, vai embora! Mas volta pra mim o mais rápido possível...Será que você ainda pensa em mim?

domingo, 7 de junho de 2009

Ao menos que seja cedo.

Se a cada passo que a gente desse, aprendessemos alguma coisa, não errariamos mais, mas qual seria a graça se fosse tudo perfeito?
Claro, não se esforçar para acertar também não é coisa que se deva levar com você.
Mas quando olho nos teus olhos, tento ao máximo ver, que estou ficando mais forte e que os sentimentos anteriores não me atingem com tanta potência.
E se as palavras saíssem do jeito que eu gostaria, pensaria em te dizer alguma coisa. Mas na hora que tento, não vejo caminho para chegar aos seu coração.
Não da para saber o que se passa no seu mundo, um mundo só seu. Eu também tenho um mundo só meu, mas que deixo aberto para as pessoas entrarem e me conhecerem melhor, talvez não do jeito que eu realmente sou, mas do jeito que eu gostaria de ser.
E se quer me confundir, que me confuda com os atos e não com as palavras, porque palavras são racionais, sentimentos não. E a partir do momento que o impulso faz alguma coisa, significa que há algo escondido por trás de seu sorriso.
E apesar de saber a verdade, fingimos não lembrar. Mas no fundo você sabe, mas não tem certeza se ainda existe alguma coisa do que falei em outro momento. A duvida também é boa, causa expectativa. Mas a expectativa pode ser ruim, se não corresponder com o que você esperava...
A unica coisa que peço, é para não me deixar confusa assim, porque isso dói depois de um tempo.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Quero sair daqui, mas ao mesmo tempo quero ficar. Ouvir aquele som, que eu não sei explicar por meios. É como uma comédia-trágica, onde tudo dá errado e chega a ser engraçado. Como nos filmes de Chaplin. Levo com um grande aprendizado. Mas é a melhor coisa a se fazer hoje em dia mesmo, ou leva na brincadeira ou finge não lembrar que existe. O som do saxo, saxofone. A alegria de relembrar minhas tardes de sábado em show de jazz, na companhia de capuccinos e bons livros. E do depois, que é melhor não comentar, mas eu era feliz. Apesar da alegria ser tanta em curto espaço de tempo, quando vinha a tristeza, parecia que não ia ter fim. Hoje em dia, consegui o equilíbrio entre isso, aprendi até onde pode ir o exagero, principalmente a dosar a loucura e a presença.

Do que é feito?


Penso num jardim gigante com uma pequena casa ao final do caminho, feito por pedras de mármore, nos fazendo pegar o sentido mais longo e bonito até a moradia.
A grama tem aspecto saudável, e bem verde, verde molhado. No caminho, há algumas laranjeiras, as frutas estão no ápice, completamente maduras e prontinhas para serem devoradas. Do lado, há uma cesta, feita de palha, com objetivo de armazenar as frutas ali colhidas. Num instante a cesta fica cheia, sem espaço. Todas as laranjas da árvore couberam perfeitamente, nenhuma caiu no chão, as que continuaram no topo, ficaram ali estratégicamente posicionadas para serem colhidas mais tarde.
Duas borboletas azuis e amarelas aparecem, pousam nas flores, se camuflam e por ali ficam algum tempo, até saírem voando novamente em direção ao bosque nas laterais...Qual o sentido da vida?
Ainda bem que há desvios para não morrermos de monotônia.

domingo, 24 de maio de 2009

Não muda nada.


E a ponto de fechar os olhos, tento me equilibrar, acontece a falta de racionalidade por segundos, mas logo volto e é como se meus pensamentos voltassem mais ágeis de encontro com tudo aquilo que estou acostumada a viver. Mas sinto algo diferente. E deixo de existir por um momento (Deixo de existir aonde? E quando existo? Em que parte está a minha existência? E por que os momentos do mundo irreal me fizeram confrontar com tudo o que já pensei anteriormente? E se quero deixar pra trás? Tem como?) As perguntas por um momento vem à tona, mas logo me disperso, me vem as lembranças e os instantes desse mesmo mundo, diferente. Não sei se é mesmo mundo, nem sei se existe, mas penso. E mesmo que seja da minha cabeça, não tem definição se é real, exatamente por esse confronto. Poderia chamar de confronto, mesmo vivendo?

domingo, 26 de abril de 2009

Faz um tempo

Até passa pela sua cabeça, mas você não sente de verdade. Não nos minímos detalhes, mas você sabe, sabe sim, mas não muito bem.
Talvez não queira crer na verdade de que os lados se confundem nesse jogo sem competição, nem pressa na chegada.
Sorrir não basta, já faz parte dos meus planos, mesmo que indiretamente.
As novidades são sempre as mesmas, mas me encanta, assim como tudo o que não faz sentido.
A visão não é a mesma pelos sentidos opostos. Não é confuso, é simples, mas não pode ser contado assim...Abertamente, para todo mundo que passa.
Sonho, imagino, mas não consigo sentir.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

O que era

Jogados pelos cantos, eles só pensavam em ir pra casa, mas não tinham força suficiente pra isso, a noite passada trouxerá consequencias pesadas para seus corpos, agora fracos.
Psicológicamente, não pensavam muito, os erros não pesavam em suas conciências, muito menos nos sentimentos, que quase não existiam.
Os atos eram premeditados, completamente previsíveis de suas certezas e teorias nada convincentes.
Eu olhava os rostos com aspectos extremamentes abandonados de uma jovialidade conturbada e ao mesmo tempo libertadora.
No meio disso tudo, sentia-me como se estivesse em uma parede de vidro, olhando e observando tudo com extrema atenção: os outros podiam me ver, mas não me ouvir, muito menos sentir minha presença.
Eu me importei com eles naquele momento, pensei que alguma ligação daquelas poderia ser verdadeira em relação a mim, mas me decepcionei e muito. Hoje em dia, nada mais é como era antes, houve o abandono por parte de todos, hoje em dia, é só lembrança dos momentos e as sequelas que ficaram daquela época sem nome, mas muita intensidade, muita mesmo.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

Sobre conhecer quem sou eu.


Estou constantemente em uma busca incasável por quem sou eu.
Poderia chamar de auto-conhecimento, mas pecaria, porque cada vez mais, ao tentar me conhecer, me conheço menos.
É difícil e desgastante, são muitas fases, muitos altos e baixos, muitas alegrias e tristezas repentinas, o mar nunca tá calmo, mas sim cheio de ondas, que levam e trazem minhas mágoas num piscar de olhos.

A solidão volta e mesmo tendo companhia ao meu redor, me sinto sozinha.
Muitas vezes não ajo de acordo com meu conhecimento, me antecipo e meu impulso me leva aos caminhos errados.
Ser igualmente diferente com cada pessoa, é típico. Nunca sou o mesmo alguém. Vai ver que é por isso essa confusão. Não sei se interpreto um personagem involuntáriamente, mas uma coisa eu tenho certeza, você nunca realmente me conhecerá, porque nem eu, sei realmente quem eu sou.

sábado, 28 de março de 2009

Me confundo na lucidez.

Dos dedos que tocam aos lábios desunidos.
Dos sorrisos que se apegam, as palavras não ouvidas.
Se soubesse do que digo, pouco saberia se expressar.
Mas é apenas vício de te querer.
Me diga e anseie por minha volta, estarei feliz.
Esqueça o que sabe sobre mim. E assim continuarei a te esperar.
Quem sabe um dia, de uma tarde inconstante possa te ver, sem sentir.
Belos e malditos, mal quero saber de ti.


Fale baixo.
O mais baixo que puder.
Susurre.
O mais suave que puder.
Se cale.
Por mais tempo que puder.
Me abraçe.
O mais forte que puder.
Se apegue.
Quanto menos puder.


Não queira me agradar. Me apego fácil, tão facilmente que chega a ser sem pudor.
Não sorria, me encanto tão fácilmente que é de se assustar.
Não chegue perto, sou tão sensível ao toque, que enlouqueço.
Me ame que não será correspondido.

quinta-feira, 12 de março de 2009

Gorduras

A minha seguinte teoria sobre o porque os homens preferem as magras.
História nem tão real assim, com algumas (totalmente) mentiras.
Lá pro sec 16 existia um rapaz muito bonito, elegante e simpático, mas não era muito dotado de dinheiro.
Acabou se apaixonando por Fidalga, uma moça com rosto de porcelana, cabelos louros mel, olhos verdes e uma baita de uma barriga (na época, os homens não se importavam com alguns (muitos) quilinhos a mais, davam mais valor ao interior e a estética que a menina tinha desde o nascimento)
Mesmo sem ter muito apoio da família, eles acabaram se casando. Ela, logo se aprontou de escolher a decoração, buquê, vestidos, aliança e principalmente o bufê e os doces, sim aqueles doces maravilhosos que só há em festas, aquelas mesas gigantes, tudo quanto é tipo: chocolate suiço, meio-amargo, ao leite, granulado, colorido, até cachoeiras de creme de chocolate tinha.
Grabliel, gastou todo o dinheiro que havia economizado para a sua lua-de-mel, apenas na festa do casamento.
A festa foi linda, homens de smoking, mulheres avantajadas, que não paravam de degustar os deliciosos salgadinhos que os garçons traziam a cada segundo em uma nova bandeja, o cheiro gorduroso nas mãos, uma beleza! Nem queira imaginar a hora em que o bolo foi cortado...Havia mais moças disputando uma fatia da gostosura de duas camadas, do que guerreando para pegar o buquê! Ao final da festa, não tinha uma mulher que estivesse limpa. Todas estavam sujas de chocolate, coca-cola (capitalismo reinando desde a época de cabral) e seus maridos felicissimos por não terem gastado um centavo se quer na comilança!
O casamento estava indo de bem a melhor, todo dia saíam pra jantar fora(a conta nunca era das mais baratas, claro)
Faziam jantares em seu lar para as suas famílias simpatizarem mais com a idéia dos dois juntos, tinha que ser tudo farto para causar uma boa impressão. Como era de se esperar, era sempre Grabliel que pagava as enormes contas do supermercado (sim queridos, existia supermercado na época, apesar de não ter comidas congeladas e praticidade)
E assim era, se algum dia Fidalga acordasse de mau-humor era só comprar alguma comida bem gostosa para ela degustar, enquanto a barriga dela ia enchendo e ficando mais..hum..."gordinha", o bolso do marido ia esvaziando e ficando mais leve.
Até que um dia após um jantar no restaurante da esquina, Grabliel foi passar o cartão de crédito (quanta tecnológia) e não havia um centavo se quer na poupança.
Fidalga, não suportou a vergonha e a falta de comida pelo resto do dia e abandonou o pobre homem.
Ele ficou morando sozinho e logo tratou de vender a casa para ganhar um graninha. Durante um tempo, ficou morando na rua até que avistou uma mulher antipática, feia e se apaixonou (pensando sempre no capitalismo), pensou com os seus própios botões e viu que seria mais lucrativo casar-se com ela, já que ela não fazia quastão de tanta comida.
A partir desse dia, Grabliel fez um revolução e foi em praça publica fazer seu discurso a favor das mulheres magras e as vantagens que elas poderiam trazer. Todos os maridos abandonaram suas gordinhas e "adotaram" as magricelas.
As mais avantajadas não arranjavam marido e caiam em depressão gastando todo o dinheiro da família em comida.
Agora vejam bem queridos homens e façam uma nova revolução do séc 21, pra que gastar a sagrada fortuna de vocês, pagando academias, drenagens linfáticas, botox, plásticas para suas mulheres???

(Esse texto é sarcástico pra quem até agora não entendeu)
(Todas as mulheres devem ser do jeito que preferirem, o mais importante é serem felizes, o que falta no mundo é amor própio e o amor entre todos)

sábado, 28 de fevereiro de 2009

A alegria momentânea do carnaval!

Se há época do ano em que sou mais feliz, não posso deixar de lado o carnaval.
Não só pela musica ou a alegria estampada no rosto, falo das moças e moços.
A rua fecha é só deixa de passagem quem é feliz, não encontro sorrisos assim, desde o dia que não volta mais.
A tristeza pode ter vindo antes, mas a gente supera.
Blocos ensaiados, cantos improvisados de um dia de verão, o calor a gente esquece e se aquece nos braços de quem começou.
A saia do vestido a voar, rodar, coloridas, cabelos ao vento.
Beijos, beijos intermináveis!
No balanço, sem cair!
Fique aqui, não vá embora!
Tamborim, capoeira, agogo.
É só felicidade a partir da agora, queria pra sempre nesse instante.
Fique aqui, não vá embora.
O malandro, chapéu na mão e copo na outra. O sapato engraxado suavimente pelo engraxate da esquina.
A garçonete sabe que ainda está longe do dia de folga, chama daqui, chama dali, cadê a conta?
O jovem dançando no meio do salão, o velho sentado em sua mesma mesa de sempre, a sorrir.
Fique aqui, não vá embora!
Os arcos da lapa são patrimônio histórico.
A sapatilha da mulata, dos cabelos elegantemente enrolados.
Não acho palavras que expliquem. Mas venha pra cá!
Fique, fique aqui e não vá se embora antes do dia nascer!
Carnaval assim, não só se tem uma vez na vida, mas isso é bobagem, aproveite sempre como se fosse o ultimo.
O dia corre e o tempo passa, amanhã já não existira mais fólia, e a mesma alegria de antes, não vai durar.
Não falo sobre melancolia, mas sobre relembrar tudo o que não foi deixado pra trás, e ao pensar lá no fundo, esqueça, a vida não é feita de confetes o tempo todo.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

É tanto quanto pouco.


Se do meu choro saíssem as palavras que tanto queria ter dito naqueles ultimos segundos antes de eu ir embora, talvez, por falta de acontecimento, os fatos se concretizariam com o cuidado de algum tempo entre o céu e a terra, sem resumo. E deixaria que as palavras escritas, fossem só solidão. Mas há algo além disso, faço loucura e transformo todo o peso em pluma. Com cuidado, ando sem me arrepender. Isso tudo, antes de chegar a realidade nada confortante.
Enquanto estou aqui, me imagino e realizo por fora, tudo o que acontece por dentro.
A certeza de que todo aqueles sonho anterior fosse desejo, deixou de ser apenas uma verdade, mais que isso, abriu em pedaços. Machuca. E é agora que realmente sinto a dor.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Monólogo sem mim.

O que é mais importante pra você?!
Ué, depende do sentido da pergunta, faz tempo que procuro em você uma verdade.
O seu olhar quase nunca me diz nada.
E se eu pular, você me pega lá embaixo?
É só por diversão tudo isso?
Se meus sentidos não me impedissem de tentar o que eu realmente desejo, mudaria muita coisa.
Mas não quero mudar você! Nunca.
Posso mudar com você, seja pra onde for.
Gosto sei lá por quê. Mas me alivia. Cadê a dor?!
Isso eu não sei mais, se foi há muito tempo mesmo!

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2009

De encontro com o nada.

Olhe o silêncio do branco.
Mas não é a paz que sinto agora.
O sono vem de encontro, mas o caos continua acordado.
O gole d´água gelada, refresca minha garganta e pensamentos.
Escorre pelo canto da boca a gota que escorreu, não seguiu o rumo das outras.
Queria ter uma história pronta, com um pouco mais de racionalidade e por que não, lucidez?
A música que toca, me lembra algo que vivi com intensidade mas já não existe mais.
Estou pronta para tudo de novo, acredite.
Vem vida, lenta ou rápida.
Vem vida, quero vivê-la!

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

I will follow you into the dark.

Porque tudo o que a gente vive, não é a toa.
E se você está triste agora, foi por algum motivo, sempre tem um, por mais que não saiba claramente de sua existência.
O amor acaba comigo, aos poucos, é um aperto no coração, vontade de esquecer de tudo e chorar apenas.
Nunca foi feliz nessa questão, sempre desperdiço minhas oportunidades e elas somem das minhas mãos como grãos de areia que escorrem.
E se olho pro céu e há nuvens, não posso ter certeza que vai chover. O talvez nunca some.
Se da minha janela não vejo qualquer fundo de esperança se quer, não penso em mais nada, não consigo esquecer e se tento, volta pra mente, como um furacão.
É tudo dor, serve pra disfarçar o que um dia nunca foi feliz de verdade.
Pela solidão, faço besteira, me vejo nos braços de quem não queria, prazer instantâneo, o arrependimento vem em grande escala depois de uma noite de sono.
O despertador toca, não acordo, desligo-o e penso em esquecer o mundo, aquele momento não deveria estar existindo na minha cabeça, naquele instante.
Por favor, faça a alegria voltar para alguém que nunca foi feliz de verdade, não nessa vida.

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Carta não endereçada.


Foi só susto, medo de perder, talvez.
Hoje olho sem lembrança, raramente vontade tenho de te abraçar.
Não sei se foi bom, mas mudou.
Não derramei uma gota de lágrima se quer, muito menos gota de suor, não me bateu nervosismo,minhas mãos não ficaram geladas nem trêmulas.
Meu sorriso foi falso, bem feito. Digo e repito sem me arrepender das palavras sem valor.

O cheiro do perfume já não me é lembrança boa. Não mesmo, não duvide disso.
Já conheço todas as suas roupas de cor, nenhuma mais me agrada, quer saber? Não fazem meu estilo, nem nunca fizeram.
Se te desejo algo de bom é irônia pura. Pura no sentido cru da palavra.
E só de pensar em tudo, me amarguro de tanta perda de tempo que foi.
É, fácil assim, como termina um ponto final.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

É apenas.

Eu não sei mais o que falar, sai da minha cabeça aos poucos e é levado sem destino, não volta pra mente.
A areia, a visão, a loucura, a terra, tudo ao redor, apenas sonho.
Não é você, muito menos eu que está aqui. Quem é, então?
O personagem interpretado por todos, some. E os mistérios deixam de existir. Exatamente naquela hora, a onda bate nas rochas, lentamente e fazem um barulho estrondoso.
Os chinelos sujos, a barraca levemente inclinada, não sei mais quem sou eu, muitas pessoas, muitas falas, não pára, não pára nenhum instante.
Me abraça e finge que é apenas solidão, pega a canga e amarra na cintura.
Volta pra casa, meu filho.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O amor acaba.


O amor acaba, assim como as folhas caem no outono, é inevitavel, chega uma hora que não tem mais como segurar para não cair.
Se estabaca pelo chão e fica lá por horas, até algum vento bater e levá-la para outro lugar, longe ou perto dali, depende da intensidade da brisa.
E assim vai, indo...Os passos no chão, as pisadas que ela leva no asfalto...Ela não grita, já está acostumada com a dor, devido a queda que sofera mais cedo.
Agora ela já está habituada com o sofrimento, nada mais lhe abala. Ela vai ficando amarelada, sua cor bonita de antes -quando estava no topo da árvore- desaparece aos poucos.
E agora vem a chuva, os pingos ligeiros, como se fossem lágrimas silênciosas.
Assisto a tudo isso da janela, sem piscar, fico hiponotizada de como a natureza se mistura com os humanos de forma parecida, utilizando metáforas da boca pra fora.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Não me leve a mal.

Eu não me sinto bem perto de você. Vai pra longe, o mais longe possível.
Você não me faz bem, nem um pouco.
Quero ouvir seus passos se distanciando, isso sim faria-me sentir melhor.
Eu não quero mais provar o seu gosto, o seu sabor já não é novidade há muito tempo.
Seu perfume já me enjôou, o seu toque já não me dá arrepios, suas palavras já não me dizem mais nada e os seus olhares não fazem mais efeito.
Você me complica, me confunde, me faz esquecer quem eu sou e o porque de estar aqui, eu não gosto disso, não gosto, NÃO GOSTO. Você ao menos compreende?
Esqueço que você não escuta o que eu tenho a dizer, e apenas fala, fala, fala, meus ouvidos já não aguentam mais sua voz. E suas risadas irônicas, baixas, quase nada, leves mas pesadas.
Eu não quero mais olhar no seu rosto e ver que tudo que passou, passou e o que fica não é nada, apenas o cheiro das rosas e os cacos de vidro jogados pelo chão de madrugada.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

sobre um novo ano.

Dessa vez, pela primeira vez na minha vida, decidi passar meia-noite, não de branco, mas outra cor, laranja, me falaram que traz energias positivas, coincidência ou não, apostei na cor, mesmo acreditando de longe nesse tipo de coisa.
Eu não sei o que esperar desse ano, mas vejo, mesmo não sendo cigana, que vai ser diferente, mas diferente de outra forma, não a forma tradicional de mudanças, sinto que as consequencias pelos fatos do ano passado vão se concretizar de forma boa, pra melhor, pra frente, os sorrisos vão dominar as lágrimas.
Realmente, não acho que vou olhar pro sol e ver apenas o lado bom ou o lado ruim dele, vou botar em equilibrio as duas faces, as queimaduras de terceiro grau que ele pode causar, ou o bem que ele faz para os nossos ossos. Claro que isso foi apenas uma metáfora, espero que entendam quando digo sobre os dois lados.
Se eu fosse fazer um retrospectiva, diria que esse ano que passou, foi o ano que eu mais aprendi, não digo com a escola, claro. Digo com a vida e os altos e baixos que vem de presente com ela. Foi onde que conheci mais pessoas, entendi e aprendi que só posso confiar (de verdade) em um quinto delas. Isso me deixava triste e frustrada, mas hoje em dia, nem ligo.
Sobre os arrependimentos, não sou hipócrita ao ponto de dizer que não me arrependo de nada do que fiz, mas diria que todas as experiências foram válidas.
Mas não vou ficar falando do passado agora, a unica coisa que quero é andar pra frente, sempre, com mais cuidado, pelo menos dessa vez.