segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Carta não endereçada.


Foi só susto, medo de perder, talvez.
Hoje olho sem lembrança, raramente vontade tenho de te abraçar.
Não sei se foi bom, mas mudou.
Não derramei uma gota de lágrima se quer, muito menos gota de suor, não me bateu nervosismo,minhas mãos não ficaram geladas nem trêmulas.
Meu sorriso foi falso, bem feito. Digo e repito sem me arrepender das palavras sem valor.

O cheiro do perfume já não me é lembrança boa. Não mesmo, não duvide disso.
Já conheço todas as suas roupas de cor, nenhuma mais me agrada, quer saber? Não fazem meu estilo, nem nunca fizeram.
Se te desejo algo de bom é irônia pura. Pura no sentido cru da palavra.
E só de pensar em tudo, me amarguro de tanta perda de tempo que foi.
É, fácil assim, como termina um ponto final.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

É apenas.

Eu não sei mais o que falar, sai da minha cabeça aos poucos e é levado sem destino, não volta pra mente.
A areia, a visão, a loucura, a terra, tudo ao redor, apenas sonho.
Não é você, muito menos eu que está aqui. Quem é, então?
O personagem interpretado por todos, some. E os mistérios deixam de existir. Exatamente naquela hora, a onda bate nas rochas, lentamente e fazem um barulho estrondoso.
Os chinelos sujos, a barraca levemente inclinada, não sei mais quem sou eu, muitas pessoas, muitas falas, não pára, não pára nenhum instante.
Me abraça e finge que é apenas solidão, pega a canga e amarra na cintura.
Volta pra casa, meu filho.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O amor acaba.


O amor acaba, assim como as folhas caem no outono, é inevitavel, chega uma hora que não tem mais como segurar para não cair.
Se estabaca pelo chão e fica lá por horas, até algum vento bater e levá-la para outro lugar, longe ou perto dali, depende da intensidade da brisa.
E assim vai, indo...Os passos no chão, as pisadas que ela leva no asfalto...Ela não grita, já está acostumada com a dor, devido a queda que sofera mais cedo.
Agora ela já está habituada com o sofrimento, nada mais lhe abala. Ela vai ficando amarelada, sua cor bonita de antes -quando estava no topo da árvore- desaparece aos poucos.
E agora vem a chuva, os pingos ligeiros, como se fossem lágrimas silênciosas.
Assisto a tudo isso da janela, sem piscar, fico hiponotizada de como a natureza se mistura com os humanos de forma parecida, utilizando metáforas da boca pra fora.

domingo, 4 de janeiro de 2009

Não me leve a mal.

Eu não me sinto bem perto de você. Vai pra longe, o mais longe possível.
Você não me faz bem, nem um pouco.
Quero ouvir seus passos se distanciando, isso sim faria-me sentir melhor.
Eu não quero mais provar o seu gosto, o seu sabor já não é novidade há muito tempo.
Seu perfume já me enjôou, o seu toque já não me dá arrepios, suas palavras já não me dizem mais nada e os seus olhares não fazem mais efeito.
Você me complica, me confunde, me faz esquecer quem eu sou e o porque de estar aqui, eu não gosto disso, não gosto, NÃO GOSTO. Você ao menos compreende?
Esqueço que você não escuta o que eu tenho a dizer, e apenas fala, fala, fala, meus ouvidos já não aguentam mais sua voz. E suas risadas irônicas, baixas, quase nada, leves mas pesadas.
Eu não quero mais olhar no seu rosto e ver que tudo que passou, passou e o que fica não é nada, apenas o cheiro das rosas e os cacos de vidro jogados pelo chão de madrugada.

sexta-feira, 2 de janeiro de 2009

sobre um novo ano.

Dessa vez, pela primeira vez na minha vida, decidi passar meia-noite, não de branco, mas outra cor, laranja, me falaram que traz energias positivas, coincidência ou não, apostei na cor, mesmo acreditando de longe nesse tipo de coisa.
Eu não sei o que esperar desse ano, mas vejo, mesmo não sendo cigana, que vai ser diferente, mas diferente de outra forma, não a forma tradicional de mudanças, sinto que as consequencias pelos fatos do ano passado vão se concretizar de forma boa, pra melhor, pra frente, os sorrisos vão dominar as lágrimas.
Realmente, não acho que vou olhar pro sol e ver apenas o lado bom ou o lado ruim dele, vou botar em equilibrio as duas faces, as queimaduras de terceiro grau que ele pode causar, ou o bem que ele faz para os nossos ossos. Claro que isso foi apenas uma metáfora, espero que entendam quando digo sobre os dois lados.
Se eu fosse fazer um retrospectiva, diria que esse ano que passou, foi o ano que eu mais aprendi, não digo com a escola, claro. Digo com a vida e os altos e baixos que vem de presente com ela. Foi onde que conheci mais pessoas, entendi e aprendi que só posso confiar (de verdade) em um quinto delas. Isso me deixava triste e frustrada, mas hoje em dia, nem ligo.
Sobre os arrependimentos, não sou hipócrita ao ponto de dizer que não me arrependo de nada do que fiz, mas diria que todas as experiências foram válidas.
Mas não vou ficar falando do passado agora, a unica coisa que quero é andar pra frente, sempre, com mais cuidado, pelo menos dessa vez.